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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SIMÃO VIANNA DA CUNHA PEREIRA.

Fonte: Arquivo da família.

Num clima de intensa efervescência cultural e política surgiu Simão da Cunha Pereira. Não me recordo bem como o conheci, mas o fato é que ele liderou, com a maior competência, uma geração da melhor qualidade, do mais alto padrão moral e intelectual."

(O Passageiro do Tempo- José Bento Teixeira de Salles).

Simão Vianna da Cunha Pereira nasceu em Abaeté no dia 1º de setembro de 1919 e era filho de Dr. Edgardo da Cunha Pereira e de Dona Alda Vianna da Cunha Pereira.

Estudou Direito na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - bacharelando-se em 1942.Foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes -UNE- e presidente da União Estadual dos Estudantes- UEE.

Em 24 de julho de 1947 contraiu núpcias com Maria Beatriz Correa da Cunha Pereira, com quem teve quatro filhos: Juliana, Bernardo, Simão e Francisco.

Fonte: Arquivo da família.

Ingressou na política pelo movimento estudantil no final da década de 30 e princípio da década de 40, um movimento vibrante e de vanguarda da sociedade mineira, no anseio para por fim ao Estado Novo.

Desde cedo se destacou pela forma apaixonante e corajosa que discursava. Famoso por sua oratória fez dela um dos seus veículos de luta por um Brasil democrático. Marco Antônio Tavares Coelho no livro Herança de um Sonho assim o descreveu: " Orador fluente e com uma bela estampa, anos depois foi eleito deputado estadual ( ... ) marcando sua vida como um defensor das liberdades democráticas".

Participou ativamente das campanhas universitárias contra o Estado Novo de Getúlio Vargas, chegando a ser preso por inúmeras vezes.

E foi exatamente no lusco fusco da ditadura que Simão da Cunha e seu grupo escrevem uma das páginas mais altivas de Minas através de manifestações que tomaram conta da Praça 7 e de todo o centro de Belo Horizonte contra a posse do interventor nomeado para o estado de Minas Gerais.

Sobre a nomeação do interventor Noraldino Lima, o escritor José Bento Teixeira de Salles em seu livro O Passageiro do Tempo escreveu:“Não sei como, Simão da Cunha Pereira havia improvisado uma emissora clandestina, Rádio Tiradentes, que funcionou durante apenas dois dias, no barracão de uma casa no Calafate (ou seria Carlos Prates?), de onde transmitíamos textos cívicos, concitando o povo a repudiar a nomeação”.

Elegeu-se Deputado Estadual com 27 anos pela União Democrática Nacional -UDN –e foi um dos fundadores do Movimento Democrático Brasileiro - MDB. Por três vezes consecutivas reelegeu-se deputado estadual, chegando a líder de sua bancada, na legislatura de 1961/62. Neste ano logra um mandato de deputado federal, reelegendo-se em 1966. Como deputado, de estadual para federal, permaneceu até ser cassado a 07 de fevereiro de 1969, pelo Ato Institucional nº 5 - AI-5 da triste ditadura que durou mais de 20 anos.

Fonte: Foto enviada por Antônio Campos de Abreu.

Mesmo cassado, Simão da Cunha não arriou bandeiras. Mesmo doente, Simão da Cunha não deixou de ser valente. Por diversas vezes, à custa de fortes medicamentos, subiu ao palanque para defender a candidatura de Tancredo Neves ao governo de Minas e também a sua candidatura ao senado.

Fonte: Arquivo da família.

Há também outro lado importante na vida desse grande abaeteense: sua militância forense. Advogado criminalista dos que fizeram escola no nosso estado, Simão da Cunha tem catalogada a sua participação em mais de uma centena de júris em 63 comarcas mineiras. Também atuou junto aos tribunais superiores, em Brasília, em várias sustentações orais.

Em 1983, foi nomeado pelo Governador de Minas Gerais depois de aprovado pela maioria dos deputados da Assembléia Legislativa de Minas Gerais – ALMG - Conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais – TCMG.

Faleceu nesse mesmo ano (1983) na cidade de Belo Horizonte.

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