JOÃO DO RETIRO E DONA FLORINDA.

" É um amplo e sincero diálogo em torno da nossa própria identidade histórica e cultural da qual nós tanto nos orgulhamos..." ( Silvana de Sousa Lino)

Simplesmente Fazenda é o nome do livro organizado e idealizado por Silvana de Sousa Lino que com muita paciência e dedicação pesquisou a história dos seus avós, João do Retiro e Florinda, presenteando a todos com esse registro tão importante.

O lançamento aconteceu dia 29 de janeiro no Salão do Parque de Exposição com muita música e muita dança pois ser “retiro” é também ser um "pé de valsa".

São 353 páginas e quase mil fotos além de documentos recolhidos em arquivos, cartórios, serviços de imigração, igrejas, mosteiros e com a própria família. Um registro importante para os descendentes e também para todos que amam e pesquisam a história de Abaeté.

Uma das maiores famílias do centro oeste de Minas Gerais o casal deixou 17 filhos, 110 netos, 225 bisnetos e 220 trinetos sendo que a obra traz o registro de 10 gerações resgatando a trajetória da família Retiro e da família Boa Vista.

Brasão da família. Fonte: Foto R. Arruda- 29/01/2011.

O Brasão foi criado para o 4º Encontro da família por Newton de Sousa Lino Filho (bisneto) e confeccionado em Morada Nova de Minas por sua aluna de Artes, Magda.

Significado do Brasão:
Coroa- expressa dignidade e poder, também bucolismo.
Cavalos- significam força e virilidade.
Alianças entrelaçadas- união.
Letras JR e F- iniciais dos nomes de João do Retiro e Florinda.
Café e milho- principais plantações da fazenda.
17 botões e rosas- simbolizam os filhos.

FAMÍLIA LUCAS PEREIRA E RIBEIRO GUIMARÃES.

No mês de dezembro de 2010 foi o lançamento do livro Raízes de Abaeté do conterrâneo José Antônio Corrêa (Toninho do Quim Corrêa).

O livro conta a história das famílias Lucas Pereira e Ribeiro Guimarães tendo como ponto (origem) comum o Velho da Taipa.

São mais de cem páginas bem ilustradas para o leitor saborear a trajetória de uma das famílias mais numerosas do nosso município. Família essa que vem contribuindo ao longo dos anos para o desenvolvimento não só da região mas indo muito além do rio Marmelada e do São Francisco.

Se trata de um material riquíssimo para quem quer pesquisar a história de Abaeté sendo uma importante fonte de informação e referência para os estudiosos e curiosos dessa grande família abaeteense.

O autor, José Antônio Corrêa, nasceu em Abaeté e seus pais Maria Rosa Gonçalves e Joaquim Corrêa de Souza são membros da família Lucas Pereira.

HISTÓRIA DE ABAETÉ (TEMPERADA COM UM POUCO DE SAL E PIMENTA)

A capa do livro é do artista abaeteense José Bernardo de Freitas Soares reproduzindo a fachada da primeira Igreja Matriz de Abaeté.

Nesse trabalho para registrar a história de Abaeté, que comecei em janeiro de 2010, tenho usado frequentemente o livro escrito pelo advogado e pesquisador Dr. José Alves de Oliveira.

Com o título História de Abaeté (temperada com um pouco de sal e pimenta), o autor através de uma pesquisa detalhada por seis longos anos, vasculhou velhos arquivos, leu documentos, visitou arquivos públicos e religiosos, ouviu o testemunho dos moradores antigos documentando a história dessa centenária cidade mineira.

O livro, lançado em 1970 no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, contém dados importantes que vão desde o povoamento até a cidade por volta de 1970.

Dr. José Alves de Oliveira nasceu em Abaeté no dia 1º de maio de 1905. Era filho de Orozimbo Alves de Oliveira e Maria Eulália de Oliveira tendo seu pai participado da administração da cidade como agente executivo e como membro da Câmara Municipal.

Concluiu o curso de Direito em 1929 se tornando um competente profissional nesta área.

Em 1934 contraiu núpcias com a também abaeteense Maria José de Oliveira com quem teve 15 filhos, sendo 07 homens e 08 mulheres.

Era também fazendeiro além de ter sido vereador e presidente da Câmara Municipal.

Abusando das palavras do poeta português Jorge Fernando, eu diria que Dr. José Alves de Oliveira ficou na história, na história de muita gente.

FOLIA DE REIS.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.
Na véspera do Natal até o dia de Santo Reis - 6 de janeiro - um grupo de cantadores e instrumentistas andam pelas ruas da cidade entoando versos sobre a visita dos Reis Magos ao Menino Jesus . É a conhecida Folia de Reis.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.
Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

Na foto acima, meu amigo Vicente, alegra a folia com sua sanfona "xonada".

Segundo a Wikipédia Folia é uma palavra que define uma festa popular com grande agitação e movimentação pública, caracterizada por dança, música e diversão.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

Na folia são utilizados vários instrumentos como sanfona, viola, violão, pandeiro, triângulo, cavaquinho, dentre outros.
Os foliões às vezes usam roupas coloridas e os versos entoados por eles são preservados de geração em geração.Veja alguns versinhos cantados nesta festa religiosa:

"Ó de casa, ó de casa Alegra esse moradô Que o glorioso santo Reis Na sua porta chegô . "

"A ismola que vóis dá Nois viemo arrecebê O glorioso santo Reis É quem vai agradecê."

"Santos Reis vai despedindo Deixando muita saudade. Vai deixando muita benção Pro povo desta cidade."
Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

A folia, quando chega a uma casa fica do lado de fora , enquanto espera a permissão se pode cantar ou não.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

Um personagem bem alegre é o palhaço. Ele usa uma máscara bem enfeitada , roupa colorida, dança e é o responsável para pedir os donativos para a festa.
Muitas vezes, o dono da casa pede para ele fazer um sapateado especial chamado lundum ou lundu.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

O palhaço com uma máscara bastante enfeitada pede as bençãos para os moradores e a esmola para Santos Reis.

É a hora de agradecer aos donos da casa e tocar a retirada.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

Fonte: Foto R. Arruda - janeiro/2011.

Na foto acima a palhaça "Bastiana" com trajes característicos e abaixo com a máscara na mão.

Também não pode faltar a bandeira com a estampa de Santo Reis no presépio. Quando os foliões chegam em uma casa, entregam a bandeira aos moradores, que a beijam com grande respeito e devoção.

Em Abaeté, a Folia de Reis, anima as ruas da cidade, não deixando morrer a tradição desta festa religiosa que encanta moradores e visitantes. Muita gente costuma fazer algumas simpatias no dia de Santos Reis, principalmente com sementes de romã, para garantir a prosperidade no ano que se inicia.

Simpatia feita no dia de Reis:
Pegar 09 sementes de romã. Comer 03 sementes, jogar 03 para trás e guardar 03 na carteira.
Oração para os reis magos.
Gaspar: Santo Rei Gaspar, assim como o Senhor levou ouro para Jesus, peço-vos que não me deixe faltar a paz.
Baltazar: Santo Rei Baltazar, assim como o Senhor levou incenso para Jesus, peço-vos que não me deixe faltar a Alegria e o Dinheiro.
Belchior: Santo Rei Belchior, assim como o Senhor levou mirra para Jesus, peço-vos que não me deixe faltar a Saúde.

Na nossa cidade todos os anos saem várias folias. Algumas fazem a entrega no dia de Santos Reis e outras em datas diferentes. O grupo que foi fotografado vai foliar até dia 15 de janeiro. Segundo um dos foliões, uma parte do dinheiro arrecadado vai para a capela de Santo Reis, situada na Avenida Milton Campos.