Aproveitando a poesia de uma chuva fina que cai começo a remexer em velhos arquivos e encontro o primeiro texto que escrevi sobre Abaeté e que transcrevo abaixo.
Feliz Aniversário!
Na primeira metade do século XVIII, surge um pequeno povoamento, que mais tarde se transforma no Arraial Novo de Nossa Senhora do Patrocínio da Marmelada de Olhos d’Água.
Esse arraial vira distrito, vila e depois cidade. E assim, sem nenhuma pressa, nasce Abaeté.
Esse arraial vira distrito, vila e depois cidade. E assim, sem nenhuma pressa, nasce Abaeté.
Abaeté do Largo do Cruzeiro, dos ranchos de capim, da antiga Igreja com suas belíssimas torres. Da Companhia Força e Luz, da época em que se andava de jardineira e tinha Mazaroppi no cinema. Abaeté da UDN e do PSD. Do Abaeté Clube e do Nosso Clube. Da banda de música fazendo alvorada, do Marmelada de águas limpas e filhos talentosos espalhados por toda a Gerais.
Mas o tempo não pode esperar e, engatinhando nessa pressa de final de século, a nossa cidade sonha com o desenvolvimento. No lugar da igreja de duas torres está a nova Matriz. Não há mais cinema, nem postes no meio da rua, muito menos moinhos de vento.
Timidamente, a população cresce, as escolas aumentam, casarões são demolidos para a construção de prédios modernos. No lugar da antiga Santa Casa, está o Hospital São Vicente de Paulo. Chega o asfalto, CEMIG, TELEMIG, COPASA. Temos Policlínica, Casa da Gestante e Pronto Atendimento Médico. Aeroporto e telefone celular. Mas ainda é pouco para uma cidade cujos filhos esbanjam talento, brilho e inteligência. Para um povo que não teme o dia do amanhã. E, se somos capazes, precisamos lutar também por um espaço cultural e mais lazer para os nossos adolescentes, emprego para os nossos jovens, que, sem ter o que fazer, buscam no álcool e outros vícios uma diversão.
Precisamos ouvir os lamentos do Marmelada, que sofre silenciosamente com os abusos do homem, e unir forças para recuperá-lo Precisamos de um museu, para que a nossa história não fique esquecida, mas seja conhecida, e estudada pelas nossas crianças. Precisamos da união de todos os abaeteenses, na busca do crescimento da nossa região.
Novembro é o mês do seu aniversário. É tempo de comemorar. Mas também é tempo de lutar. É o momento de parabenizá-la, de falar da felicidade de ser abaeteense, mas também do sonho de vê-la cada vez maior, de vontade de fazê-la mais importante. Você ainda tem muito a percorrer, muitas saudades a matar, muitos casos para contar...Parabéns, Abaeté!
Escrevi este texto em 1998 e ele foi publicado na edição de novembro daquele ano por ocasião das comemorações do aniversário da cidade.
(Publicado em novembro de 1998- Nosso Jornal, folha comunitária de Abaeté. )
4 comentários:
É impressionante como um texto escrito há 12 anos consegue ser tão atual.
Parabéns pelo texto original e pela feliz ideia de coloca-lo aqui no site.
Olá, obrigada pelos comentários deixados no blog que me incentivam a continuar pesquisando e documentando a nossa história. É muito bom encontrar pessoas que nos dão ânimo para continuar a caminhada, e você é uma delas.
Que legal esse texto. Faz lembrar dos tempos de criança..das ruas empoeiradas no bairro São Pedro, "Cerâmica", das férias na roça, onde sempre havia muitos afazeres, que eu observava por horas. Como o feitio do pouvilho de mandioca, do sabão de abacate, das cobertas boas pra rebuçar que tanto combinavam com os colchões de capim. E de muitos outros fatos guardados na história Abaeté.
OI PROPRIETARIO DO BLOG SOU MARIA APARECIDA MORATO SOU ADAI, AMEI QUANDO DESCOBRI O BLOG.ESTUDEI NA ESCOLA NORMAL ,FREQUENTAVA NOSSO CLUB FUI UMA DAS PRICESAS DO CENTENARIO DA PAROQUIA DA QUAL EU TENHO UMA UNICA FOTO.SOU DO TEMPO DA IRMA DESTERRO DA IRMA SAO PEDROE TODAS AS OUTRAS DESTA EPOCA ADOREI SEU BLOG SO ACHO QUE FALTOU UM POUCO MAIS SOBRE AQUELE MARAVILHOSO CINEMA,SOBO RANCHO ALEGRE .
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