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terça-feira, 16 de julho de 2019

...E O NOSSO JORNAL CAMINHA PARA AS ULTIMAS EDIÇÕES


NOSSO JORNAL: 24 ANOS DE JORNALISMO E MEMÓRIA
                                                                 Rita Arruda


O jornal da Christiane, o Nosso Jornal, está completando 24 anos, bodas de Opala. A Opala é um mineral raro e muito atraente, pois possui variações de cores sem igual, além disso tem uma beleza única. E assim tem sido a união desse periódico com seus assinantes e legentes: um casamento que alcançou atração, encantamento, fascínio, sedução, cumplicidade e  muito sucesso.

E é assim que vejo a Folha Comunitária de Abaeté que decidiu fechar as portas por um tempo indeterminado: com seu brilho próprio  foi conquistando preciosos leitores e muitos admiradores espalhados além do Marmelada e do São Francisco, muito além das montanhas de Minas Gerais e do Oceano Atlântico.

Anos de luta mas também anos de alegria. Períodos cinzentos mas também muitas primaveras. 24 anos de crescimento, quase 300 meses de estudos e indagação, mais de 850 dias de uma vigília constante para levar a notícia  até cada um de nós.

E assim foram 24 anos buscando a informação no cotidiano e nos velhos baús, nas lembranças guardadas cuidadosamente por Marias e Josés, nos casos e causos contados nas inúmeras praças, abrigo daqueles que gostam de uma boa prosa.

 Foram 24 anos diminuindo a saudade dos  que aqui não   puderam ficar, contando a história dessa cidade centenária mas cantada e eternizada como uma cidade menina.

Foram 24 anos resgatando a memória dessa terra que há 142 anos carrega o nome da tribo guerreira que existiu na beira do rio dos diamantes.

Foram 24 anos descobrindo talentos que anonimamente andam por nossas calçadas, desenham e moldam a argila, trabalham a madeira dando vida a imagens, enche de cores as brancas telas de outrora, poetizando o amor, atravessando rios e oceanos mas guardando na bagagem a lembrança dos que ficaram nesse chão hospitaleiro.

Foram 24 anos de narrativas, relatos, contos e crônicas... contados e recontados, buscados incansavelmente nas grossas paredes de barro dos belos casarões que ainda restam, escondidos nos casebres anônimos de artistas também anônimos ou não, cantados no hino composto por Modesto, grande professor e também pai do Nosso Jornal.

Foram 24 anos de trabalho ininterrupto em busca de notícias, fazendo jornalismo sério, encontrando colaboradores comprometidos que transformaram o sonho de um pequeno grupo num sonho coletivo. Sonho bem sonhado e com torcedores apaixonados. 

Foram 24 anos revivendo doces ou não muito doces lembranças, promovendo o encontro dos que se desencontraram nas curvas dessa vida, matando saudades, marcando presença em todos os pequenos e grandes acontecimentos da menina prendada do centro oeste mineiro.

Foram 24 anos de parceria, ideias surgidas com hora marcada ou por acaso, fotografias saídas de arcas empoeiradas ou buscadas diariamente na casa de cada um de nós que amamos essa cidade de nome aguerrido.

Foram 24 anos ganhando mundo, encurtando a distância daqueles que vivem longe daqui e esperam ansiosamente encontrar  noticias de quem partiu, de quem chegou ou apenas ficou para continuar a construção da nossa Polis querida.

E assim o Nosso Jornal foi virando gente grande...mas agora sentiu que é chegada a hora de partir em busca de novas paisagens, novas energias, novos desafios...

Dá uma dor no peito mas chegou a hora de sonhar novos sonhos, de colher frutos com outros sabores, de mergulhar na profundidade de um novo verso. Avante Christiane, novos tempos estão a lhe sorrir!!! Novas portas estão sendo abertas para você, querida jornalista. 

Ah! Já sinto saudades... mas saudade também é inspiração que dependendo do momento pode se transformar em música, dança ou poesia. Aguente firme até amanhã quando o sol então sairá das tuas nuvens sombrias e terás aconchego no colo quentinho do presente que se anuncia.

O Nosso Jornal é parte da história da nossa cidade, é fonte de pesquisa obrigatória pra quem ama a nossa terra, é um pouco de cada um de nós e hoje parte deixando um enorme vazio mas guardando para a eternidade a trajetória de várias gerações que escreveram e continuam escrevendo  a biografia de Abaeté.