Aníbal Delfino Gontijo: Pioneiro em fotografia em Abaeté e adjacências desde 1932
Fonte: Arquivo particular de Valdenice Gontijo ( filha de Aníbal Gontijo)
Aníbal Delfino Gontijo nasceu na cidade de Morada Nova de Minas no dia 11 de abril de 1908 e faleceu em 1963, em Belo Horizonte, onde morava com a família desde 1961.
Fonte: Arquivo particular de Valdenice Gontijo ( filha de Aníbal Gontijo)
Iniciou a sua carreira de fotógrafo em 1932. Se casou com Altina Cândida Ferreira "in memoriam", natural de Estrela do Indaiá e teve 8( oito) filhos: Waldir "in memoriam", Waldete, Valda, Walmira, Walsira, Valdenir, Waldesir e Valdenice.
O atelier de fotografias e a residência da família se instalavam à rua 11 de Junho, 236 hoje rua Doutor Antônio Amador, no centro da cidade de Abaeté- Minas Gerais.Veja foto abaixo.
Fonte: Foto da antiga residência do fotógrafo Aníbal Gontijo- Arquivo particular de Valdenice Gontijo ( filha de Aníbal Gontijo)
Seus equipamentos de fotografias eram muito modernos para a época pois ele os comprava em São Paulo e Belo Horizonte. Era o único fotógrafo do lugar e ele atendia as demais cidades da cercania.
ANÍBAL GONTIJO era um verdadeiro "artista da fotografia", pois além de colorizar os retratos com tintas especiais (na época não existia filmes coloridos), ele os retocava em um equipamento inventado por ele mesmo, usando lápis especial para retoques e fabricava também as suas molduras; utilizava arames, madeiras e vidros, e tornava tudo uma verdadeira arte, que impressionava a todos.
Chamou a atenção de fotógrafos importantes de Belo Horizonte, assim como os donos da Retes e Elias, que lhe ofereceram sociedade, mas ele não aceitou pois gostava de executar o ofício, como ele mesmo dizia, sozinho. Mas se tornaram grandes amigos, trocando experiências profissionais.
Todos os eventos e episódios importantes da época, ficaram registrados na lembrança de cada membro das inúmeras famílias da cidade de Abaeté e seu entorno, através dos retratos do "Foto Aníbal".
As chapas (filmes) eram de vidro e sua revelação era trabalhosa, pois exigia muito cuidado e carinho especial. Era necessário amar a profissão e isso não era problema para Aníbal Gontijo pois ele a exercia com muito amor e responsabilidade, atendendo a todos em tempo integral.
Dois de seus filhos, Waldir e Waldesir (conhecido também como Desí), seguiram a sua profissão por algum tempo, pois Waldir era advogado e Perito Criminal, em BH e não tinha tempo suficiente para praticá-la, sendo que Desí, o filho mais novo, continuou por muitos anos, até que resolveu trabalhar apenas com filmagens, em caráter profissional.
Aníbal deu oportunidade a muitos parentes, posso citar o seu sobrinho Júlio Gontijo, que lhe ensinou o ofício e emprestou-lhe a casa e parte do equipamento fotográfico para que ele tivesse uma profissão e também tomasse conta do seu negócio, quando da mudança para Belo Horizonte. Mas nem sempre acontece como se planeja, pois Aníbal faleceu dois anos depois da mudança e Júlio continuou com o “Foto Aníbal”, mudando o seu nome para “Foto Júlio”. Aníbal ensinou também o ofício da fotografia para um outro sobrinho, Joãozinho Gontijo, que também abriu outro Foto em Abaeté. No seu seguimento profissional, surgiram outros sobrinhos, como Waldinho Gontijo e seu “Foto Centenário”, Zezé Gontijo, conhecido como “Zé do Foto”, que trabalhava na cidade de Unaí.
Hoje, com a modernidade, seus filmes (chapas) não se enquadram em nenhum equipamento, mas ficaram as lembranças que temos guardadas em nossas memórias, todos estes anos e daí poderemos mostrar para os nossos descendentes, amigos e interessados, as muitas facetas de uma cidade e seus filhos, perpetuando a sua história através de suas fotografias, que nomeiam um documentário verdadeiramente importante e histórico.
Quem em Abaeté e seu entorno, não guarda um retrato tirado no “Foto Aníbal”?
Realmente posso afirmar, com orgulho e convicção, que todos os retratos tirados, a partir de 1932 até 1961, foram tirados no “Foto Aníbal”, pois era o único que existia na região, até então.
A família Gontijo, agradece a todos os interessados, em particular a Rita Arruda, pela oportunidade de poder contar um pouco da trajetória de Aníbal Delfino Gontijo, que fez parte e acredito que estará sempre presente na memória de cada cidadão abaeteense, com sua arte e poesia da imobilidade, pois é através da fotografia, que os instantes deixam-se ver tal como são.
O Fotógrafo tem um olhar diferente: ele capta na gente, a essência e perpetua...
Quem pensa que é somente uma foto, se engana, é uma montagem de uma história, um momento, uma vida!
Valdenice Gontijo
Belo Horizonte, 31 de janeiro de 2013.
Obrigada Valdenice Gontijo!!! Você escreveu um importante capítulo da nossa história pois não podemos falar de Abaeté sem falar em Aníbal Gontijo.
Com seus equipamentos de fotografia ele deixou um arquivo importantíssimo para nós amantes de Abaeté e que lutamos para preservar a sua memória.
Aníbal Gontijo é história, é lembrança de momentos únicos, é documento de épocas distantes e instantes que hoje viraram só saudades...