ABAETÉ MOSTRA A SUA CARA...

Abaeté, cidade já centenária dessa terra das gerais, tem uma população estimada em pouco mais de 23 000 habitantes. População pequena, belas praças, povo acolhedor...

Cresceu às margens do ribeirão Marmelada que hoje se encontra extremamente poluído, águas paradas e fétidas.

Muitos edifícios, belos e modernos, casas sofisticadas, loteamentos por todo lado e para todos os gostos se encontram à venda.

Na zona rural, córregos e brejos viraram poeira e a represa de Três Marias mostra árvores e construções que no passado foram engolidos pelas águas.

 

 

Pernilongos rebeldes e bem robustos não respeitam os lares abaeteenses e aos milhares vão ocupando toda a cidade já totalmente imunes a venenos, raquetes, cortinados. A cada dia uma nova remessa é espalhada pelas ruas e em segundos começam a nos perseguir enchendo nossos ouvidos de uma música irritante.

Assaltos, explosão de caixas eletrônicos, medo... vontade de dormir novamente com as janelas abertas, olhando para o céu à espera da chuva que não quer vir.

Saudade dos muros baixos, do portão aberto...caminhando devagar pela cidade adormecida.

Cerrados cheios de araticum, pequi, cagaiteira, murici. Galhos tortuosos... Hoje os eucaliptos ocupam as nossas terras, sugam a água e crescem majestosamente em direção ao céu.

 Avenidas asfaltadas, grandes lojas e magazines, aeroporto, agência de turismo, cacau show dando show, lojas de 10 e o rei do plástico.

Árvores derrubadas, troncos derramando seu pranto em vão. Choros, lamentos...

Artistas da viola, saxofone, das letras e histórias pensadas e repensadas do centro do mundo, heróis da bola que correm pelo gramado ou quadras distantes,