AVENIDA DR. GUIDO.

Fonte:Foto Rita Arruda - abril/2012- Avenida Dr. Guido, antiga avenida 7 de setembro.

A PRACINHA DO ABAETÉ CLUBE.

Fonte: http://www.oabaetedeantoniolucio.blogspot.com.br/

A antiga praça Rui Barbosa, agora chamada Dr. Canuto, já não é a mesma.Talvez os bancos ainda conservem lembranças dos muitos causos ali contados, segredos guardados, juras de amor nunca descobertas...

A foto do início da década de 70 mostra a nossa pracinha com a fonte luminosa onde hoje está o banheiro público.Ao longe se vê o Abaete clube , Bar Brasil e a casa de propriedade do Dr. Antônio Lucas Pereira ( esquina com Avenida Dr. Guido).

Em cada banco da praça está um pouco da minha juventude e de muitos outros abaeteenses ou  apenas amantes dessa cidade hospitaleira.

Quantos amigos já se foram e parece até que estou encontrando cada um deles na fotografia tão bem guardada pelo Antônio Lúcio e seus familiares.

É saudade demais... 

PRAÇA TIRADENTES / PRAÇA DOUTOR AMADOR ÁLVARES.

Fonte: http://www.oabaetedeantoniolucio.blogspot.com.br/

 Fonte:Foto Rita Arruda- abril/ 2012-Praça Dr. Amador Álvares.

Sou fã de carteirinha do blog O abaeté de Antônio Lúcio, um espaço que guarda a história de nossa cidade e também a memória de Antônio Lúcio de Andrade.

Os seus registros além de ser uma fonte histórica preciosa, ainda nos permite reviver  os dias alegres e descontraídos da nossa juventude, passeando de novo na praça onde um dia corremos, brincamos de namorar, nos sentimos apaixonados ou apenas andamos sem ter noção que o tempo passa.

Na foto acima, que acredito ser da década de 1970, ele registrou a cerimônia de entrega à cidade pelo Lions Clube de Abaeté de 30 bancos que foram colocados na antiga praça Tiradentes( hoje praça Doutor Amador Álvares) .

Além disso ainda eternizou através da fotografia um cartão-postal que não existe mais.Temos na imagem o cruzamento das ruas Antônio José Pereira e Teodoreto de Paiva e a praça Tiradentes ( hoje Doutor Amador Álvares) e as belas casas que já foram demolidas: residência do Paulo Mourão, livraria e residência de Dona Anita Cordeiro(hoje Churrascaria Roda Viva) e casa de propriedade do Jáder Moura.


Eram belos casarões com inúmeras e enormes portas de madeira e que hoje só existem nas poucas fotografias que o tempo não consumiu.

A HISTÓRIA DE TIRADENTES

José Alves de Oliveira (autor do livro História de Abaeté) pesquisou também a história de Tiradentes e o resultado é a obra ASPECTOS DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA.

Foram longos anos de muita pesquisa, análise de documentos, viagens na busca da verdadeira história da Inconfidência Mineira e do seu líder Joaquim José da Silva Xavier.


Além dele vários outros autores da região escreveram sobre o líder dos inconfidentes e principalmente sobre o paradeiro da sua cabeça que desapareceu da gaiola que ficava no alto de um poste em Vila Rica sob forte vigilância.


Mas onde está a cabeça de Tiradentes? Que cara tinha Tiradentes? A poeira dos séculos acabou enterrando ou ocultando os documentos que foram guardados ou alimentaram as traças ou quem sabe ainda... alguém achou melhor manter o segredo. 

ÍNDIOS ABAETÉS.

Os índios Abaetés viveram à margem esquerda do rio Abaeté e foram exterminados pelo bandeirante Muniz que chegou à região no final do século XVIII.

Rolemã, a filha do cacique apaixonou-se por ele mas a tribo não aprovou o romance.

Os dois apaixonados se encontravam às escondidas até o dia em que os abaetés entraram em guerra com Muniz e seus homens.

Segundo Dr. José Alves de Oliveira " estes [os brancos] bem armados e adestrados, infligiram derrota aos pobres índios. Deles, a maioria morreu, os restantes dispersaram-se e extinguiu-se a tribo."

Essa é a história de amor de Rolemã e Muniz e o fim da tribo que deu nome a nossa cidade...

RUA 13 DE MAIO.

Fonte:Foto Rita Arruda- abril/2012

A tranquilidade da rua e a beleza da casa que ainda guarda com requinte a arquitetura do século passado.

NA ESQUINA DO ABAETÉ CLUBE...

Fonte: http://www.oabaetedeantoniolucio.blogspot.com.br/

Desfile de 7 de setembro de 1972 - na foto aparece a casa que fica na esquina do Abaeté Clube e parte do Abaeté Clube.

Fonte: Foto Rita Arruda- Abril/2012

DESENHANDO A HISTÓRIA...

Fonte:Desenho feito por Eduardo Humberto Machado-2009

Os desenhos foram feitos para o jornal da E. E. "Dr. Edgardo da Cunha Pereira".

QUEIMA DO JUDAS.

Fonte: http://www.oabaetedeantoniolucio.blogspot.com.br/

Testamento de Judas

por Lídio Lucas Pereira

Eu sou o Judas Iscariotes,

Dos 12 discípulos de Jesus,

A quem com um beijo traidor

Eu o fiz morrer na cruz.

Estou muito arrependido,

Meu Deus, meu Deus, o que eu fiz?

Na hora de minha morte,

Perdoa, perdoa este infeliz!

Mas antes de deixar o mundo,

o que vai acontecer neste momento,

Vou distribuir tudo o que eu tenho,

Vou fazer meu testamento:

A quantia de trinta dinheiros

que fez minha desgraça eterna

Eu deixo pro presidente Sarnei

Pagar nossa dívida externa.

Para o Dr. Carlos Geraldo,

Dos grandes políticos do Brasil,

Pra ele deixo a esperança

De ser prefeito no ano 2000.

Minha fama de contar potocas

E de ser dos mais mentirosos,

Estas coisas estou deixando

Para o Flávio dos Melosos.

Os meus cheques e promissórias,

Meu resto de dinheiro apurado,

Tudo isso vou deixar

Pro amigo Juvenal Machado.

Pro Omar do Agnaldo Andrade,

Homem forte e sem lombriga,

Para ele deixo um presente;

A minha pequena barriga.

Pro Marcelão e para o Lídio,

Para o Gringo e a mulher sua

Deixo cem caminhões de asfalto

Pra asfaltar a sua rua.

O meu terno impecável

E minha gravata de primeira

Vou deixar, muito feliz

Pro Dr. Taquinho Lucas Pereira.

Para o Ivan da Coletoria,

Caçador muito afamado,

Deixo um casal de paca

E também um casal de veado.

Para o nosso juiz de direito,

Simpatia que não acaba,

Fica a coisa que ele mais ama

Que é a comarca de Uberaba.

Pro marido da promotora,

Gordinho como um abacate

Pra ele que é garimpeiro,

Deixo uma pedra de 100 quilates.

Pro Zé Lage, Potreiro e Rominho,

Homens muito bons de cuca

Para cobrir-lhes as carecas.

Eu lhes deixo um par de perucas.

Pro Zé do Tote, Tá e Ildeu,

Meus amigos desde criança,

Vou deixar a cada um deles

30 cadernetas de poupança.

Quando eu era muito jovem,

Minha beleza resplandecia.

E toda esta minha beleza

É pro Onofre da Sapataria.

A fazenda do Doca Andrade,

a melhor de nossa região

Vou deixar pra Prefeitura

Fazer novo campo de aviação.

Pro Sizínio e o Elói Ramos,

Que são grandes corações

Deixo todos os votos que eu tenho

Para as próximas eleições.

Pro Clóvis da Caixa Econômica

A quem nunca vi na Igreja,

Deixo de todo coração

10.000 engradados de cerveja.

A meu amigo Ivanzinho,

Que de Abaeté muito gosta,

Ofereço um livro que eu tenho:

“Como ganhar uma aposta”.

Pro Alemão do Zé Evaristo,

Homem de responsabilidade,

Deixo o melhor boteco que tenho

Bem no centro da cidade.

Para o Jair do Ferro Velho,

Que gosta muito de Pompéu

Deixo a minha barba branca,

Barba de Papai Noel.

Para o amigo Nego do Jader,

Que gosta muito de novidade,

Vou deixar com carinho

As casas velhas de nossa cidade.

Aos buracos da rua Alda Viana

Que aumentam de mês em mês

Dou toda esta buracada

pro Aloysio e pro Zé Reis.

Para o Orlando do Doca,

Homem feliz e muito humano,

Vou deixar-lhe de presente

O meu nariz de tucano.

Todos os cavalos da terra

E as éguas do mundo inteiro

Vou deixar pro Hélio Faria.

E também pro Jairo “parceiro”.

Pro prefeito Dr. Fernando,

Uma inteligência de primeira

Deixo uma rodovia asfaltada

de Abaeté até Paineiras.

A prefeitura de Martinho Campos

Deixo para um grande artista

Vocês sabem quem ele é?

É o nosso Umberto dentista.

Toda a minha prosa boa,

Seja com rico, seja com pobre

Deixo pro Tunico do Papa

Gente de família muito nobre.

Para o Cândido do Zé do Aprígio

Gente de conduta ilibada,

Deixo toda a minha saúde

Pra eles fazerem sua caminhada.

Fui grande comerciante,

Nos bancos um grande saldo.

E todo o estoque que tenho

Fica pro Élio Romualdo.

Pra Adelina do cartório

Que foi do Sô Aristeu

Deixo como noivo o Antônio

Que trabalha com o prof. Ildeu.

Para o povo desta terra,

Terra plana e sem declive

Deixo o amor, a tranquilidade

E a paz que eu nunca tive.

Terminando o testamento,

Eu me dirijo ao povo meu:

Abaeteense, não seja covarde

E nem traidor como eu...

Fonte:http://nossojornalabaete.com.br/nossojornal/ -edição junho/1998

Quando criança me diverti muito malhando e queimando o Judas... e mesmo sem entender direito ficava ansiosa pelo testamento escrito e proferido pelo nosso querido professor Lídio.

Hoje ninguém mais fala em malhar e queimar o Judas e ainda bem que o Antônio Lúcio fez o registro visual desse passado que tanta saudade deixou.

Ou será que estamos absolvendo todos os "Judas" da nossa vida, praticando o perdão e nos preparando para a verdadeira páscoa? Não a páscoa dos chocolates, mas a páscoa do amor ao próximo e celebração da vida, da verdadeira fraternidade ...