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quinta-feira, 23 de junho de 2011

CERÂMICA.

Cerâmica é a arte de fabricar objetos de argila. E um desses objetos são as telhas que, além de fazer a cobertura das casas, também fazem a beleza dos telhados ao longo do tempo.

Curva, francesa, colonial... não importa! Em cada época elas viveram e vivem os seus momentos de fama.

O povo de Abaeté sabe disso, pois é na margem direita do ribeirão Marmelada que surgiu, em julho de 1956, a Cerâmica São Lucas.

O terreno, com uma área de 7. 200 metros quadrados, foi comprado da Prefeitura Municipal e em poucos meses já tinha estoque para ser comercializado.

Nenhuma casa... apenas a fábrica principiante cumprindo a sua arte de produzir tijolos furados e telhas planas.
Com o passar dos anos, foram erguidas as primeiras construções, o acampamento do DER, um campo de aviação ( que hoje não existe mais), o primeiro comércio.

O parque de exposições, a Escola Municipal "Irmã Maria de Lourdes", praças, capelas, creches e o famoso São Cristovão.





A indústria de Laticínios Abaeté , um campo de futebol e um bom time...

E aos poucos foram surgindo os bairros São Pedro, Bernardo Soares de Faria, Progresso, Jardim Primavera... os quais chamamos carinhosamente por Cerâmica.

Em 1996 a cerâmica foi fechada, mas o nome continua sendo referência para designar os bairros ali instalados.

sábado, 18 de junho de 2011

FREI TEÓFILO.


Wálter de Freitas Soares ( mais tarde Frei Teófilo) nasceu em Abaeté no dia 15 de junho de 1930, filho de João Botelho de Freitas e de dona Policena Soares de Freitas.

Estudou os primeiros anos no curso anexo da Escola Normal de Abaeté e o 4º ano no Grupo Frederico Zacarias com a professora Helena Silva.

Fez o curso ginasial em Belo Horizonte no Instituto Padre Machado.

Em 1948 foi para o Seminário Menor em Santos Dumont e depois para o Seminário Maior no Rio Grande do Sul.

Terminado o curso de Filosofia no sul veio para a cidade de Divinópolis estudar Teologia.

Recebeu a ordem de diaconato em Pará de Minas no dia 17 de março de 1956 e a ordenação no dia 19 de agosto daquele mesmo ano, no santuário de Santo Antônio, em Divinópolis.

Gostava de ler um bom livro , de cinema e de visitar a sua família em Abaeté apreciando a comida gostosa e o carinho desmedido da mãe.

Frei Teófilo faleceu no dia 25 de fevereiro de 1964 após um longo período de muito sofrimento devido a doença que consumia as suas energias, o deixando cansado e com muitas dores: lupus eritematoso.

Foi enterrado em Belo Horizonte e seus restos mortais vieram para o cemitério de Abaeté no dia 1º de fevereiro de 1977.

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Após a morte de Frei Teófilo sua mãe começou a escrever sobre o filho franciscano que ela tanto amara e em 1982 as anotações feitas por ela foram transformadas no livro Vida de Frei Teófilo.

Suas lembranças vão desde o nascimento do pequeno Wálter, a alegria de ter um filho padre até os últimos momentos num quarto do Hospital São Lucas.

Hoje Frei Teófilo é nome de uma das ruas principais da nossa cidade.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

TABOCAS E A TRADICIONAL FESTA DE SANTO ANTÔNIO.

No mês de junho o pequeno povoado de Tabocas se transforma numa mistura de religiosidade, fé e também muita música, dança e pedidos ao santo casamenteiro.

É a tradicional festa de Santo Antônio das Tabocas.

A primeira capela do lugar foi construída pelo capitão Davi José Pereira em meados do século XIX para que seu filho pudesse ali exercer o seu ministério.

Com o passar do tempo a primeira capela desapareceu mas outras foram erguidas não deixando morrer a grande demonstração de fé do nosso povo.
Hoje grande número de fiéis devotos de Santo Antônio pagam promessas , rezam a trezena, testemunham sua devoção de pés descalços, caminhando na fria madrugada do dia 13 de junho 13 quilômetros de agradecimentos, devoção e fé.

Agradecendo as bençãos alcançadas ou simplesmente participando da festa, os romeiros rezam, aquecem o coração de fé e confiança, tocam a imagem do santo querido...

Mas a festa também tem barracas e muitas guloseimas, um bom toque de sanfona, fogueira e muita gente animada dançando até o dia clarear para enganar o frio sempre insistente.

Viva Santo Antônio!!!
Viva o povoado de Tabocas!!!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A HISTÓRIA DE FRANCISCO.

Resolvi compartilhar a história de Abaeté com todos aqueles que amam a cidade, a cultura e a própria história mas o enriquecimento desse trabalho vem de pessoas que por acaso encontram o blog e não por acaso guardam um arquivo verdadeiramente grandioso.

E uma dessas pessoas é Francisco de Assis Pereira de Oliveira que vem me presenteando com histórias, documentos e fotos.
Fonte:Arquivo de Francisco de Assis. Santa Casa de Misericórdia.


Seu pai, João José de Oliveira, nasceu em Abaeté mas desfrutou pouco das ruas poeirentas desse sertão das gerais.


Filho de um vaqueiro e da guerreira Judite Rosa ( viúva aos 25 anos de idade) teve oportunidade de ouro ao ser encaminhado para o seminário Franciscano de Divinópolis por volta de 1924/25.

Fonte:Arquivo de Francisco de Assis.Dona Judite Rosa e filhos.


Estava com 13 anos e já ia em busca de conhecimento e também da realização do sonho de quase todas as mães daquela época: ter um filho religioso.

Tudo começou quando João se dirigia à igreja levando um terço da sua progenitora para o sacristão consertar. Ia distraído pelas ruas da cidade contando as contas quebradas do rosário quando foi visto pelo menino Antônio que logo imaginou que ele estava rezando.

Antônio, ou melhor, Antônio Álvares da Silva, nasceu em Morada Nova de Minas ( naquela época distrito de Abaeté) e sua partida para o seminário já estava marcada.E João foi junto.De trem de ferro para Divinópolis e depois de navio para a Holanda.
Fonte:Arquivo de Francisco de Assis. João e Antônio estavam visitando um amigo em Roterdam quando viram o avião e resolveram posar para uma foto.

Antônio voltou e se tornou Frei Orlando.


João voltou antes dele mas não se tornou frei Getúlio.Constituiu família e um dos seus filhos, Francisco de Assis, é quem nos conta essa história.

Francisco não conhece Abaeté apesar de se sentir meio abaeteense e guardar ao longo dos anos lembranças e fatos relatados por seu pai e familiares.

Como ele mesmo diz “a cultura pertence ao povo” e sendo assim  não deve ficar engavetada correndo o risco de ser algum dia consumida por traças ou emboloradas pelo esquecimento.
Fonte:Arquivo de Francisco de Assis.Data desconhecida.
Segundo ele a foto foi tirada do alto do campanário da Igreja e podemos ver homens com chapéus na mão e crianças. Parece ser um evento religioso.

Fonte:Arquivo de Francisco de Assis. Data desconhecida.Atual Praça Dr. Canuto.
Fonte:Arquivo de Francisco de Assis.Data desconhecida.
Santa Casa de Misericórdia.


Fonte:Arquivo de Francisco de Assis. Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio- ainda em construção.
Além de fotos antigas e raras, das narrativas carregadas de emoção que aos poucos irei publicando, ele também tem enviado informações importantes sobre a cidade no século XIX.

Uma delas diz respeito a um relato sobre as riquezas minerais de nossa região. Trata-se da viabilidade de mineração de uma mina de Galena (minério de onde se extrai o chumbo e a prata) em Abaeté através de estudos de Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade – João Monlevade- especialista francês em mineração que chegou em Minas Gerais em 1817.
O relato se encontra no livro Monlevade, Vida e Obra da historiadora Juliana Maria do Nascimento Passos.
O relatório original está publicado numa revista do Arquivo Público Mineiro.Para acessá-lo clique no link abaixo:

Obrigada Francisco por estar  me ajudando a resgatar e escrever a história de Abaeté...