Um bairro charmoso em Abaeté
Sempre gostei do Bairro Marmelada, é gostoso, limpo, o povo é caprichoso, mora pessoas do bem, honestas e trabalhadoras. Desde pequena gosto de lá, onde passei horas agradáveis com muitos amigos. Onde morou vovó Joana cozinheira da Santa Casa na Rua Santa Luzia, Maria do Quintino, mãe do Eliziário, Alzira e Arminda que era cheia de charme e gostava de andar toda impiriquitada, amigos de minha mãe que trabalhavam na Fazenda Palmeiras, da mãe da D. Lourdes Vianna. Moravam na Rua Nelson da Luz com Professor Modesto ( hoje Elza e Walter) . Em frente a casa deles moravam o “Tio” casado com a Quinha e irmão da Maricota, vendedor de bananas, muitos vão lembrar, andava pelas ruas vendendo bananas num balaio. Grandes pessoas moraram ali, Madalena, Raimundo Pepe, pai do Raimar meu amigo, José Redondo, Aprigio, dentre outros que ajudaram muito Abaeté. Na praça da APAE tinha um casarão onde uma senhora fazia lindas bonecas de panos e a gente ia na janela comprar. Na juventude convivi com amigos do bairro os filhos do Zezé Miranda e Ligia, faziam deliciosas geleías e a Fia irmã do Antônio Maria também fazia infinidades de doces. Foi ali que começou Abaeté, é um bairro cheio de peculiaridades, a praça David Silvestre, onde tem um grande cruzeiro, quando havia estiagem em Abaeté, os padres faziam procissões com os fiéis, das Igrejas até a cruz, rezavam e levavam latas d’água que jogavam aos pés do cruzeiro, era só acabar a procissão com as rezas e a chuva caia. Saindo desta praça tem uma rua na qual existe uma escada enorme. Passam neste bairro córregos de água, dentro dos quintais, é lindo ! A amiga Lourdes, irmã da Vera da Casa Moura, no jardim de sua casa passa um Córrego, não existe nada mais charmoso! Não se vê falar nada de ruim deste bairro, praticamente não existe violência, também mora lá uma pessoa muito importante para Abaeté que levou muito a sério tirar as crianças da rua e levá-las para o esporte Karatê, que é o Professor João Damásio, através disso o bairro foi muito protegido. Meu pai nos anos 60 comprou um casarão, perto da Praça da entrada da APAE, a porta principal da casa tinha uma chave enorme, quase do tamanho da palma da mão, a casa era grande e ele dividiu em duas e construiu mais três barrações para alugar, um quintal grande que dava para os pastos do Senhor Chiquinho Pires, nos fundos uma grota com barrancos dos dois lados, cheio de flores silvestres e ipês amarelos, corria um regato de água, a gente chegava ali e se deliciava da natureza abundante, vendo e sentindo as flores despencarem do pé de Ipê e cair no fundo daquela grota, como se ali fosse o paraiso, tudo aquilo continua impregnado em mim, a paz que sentia naquele lugar, é como se o céu penetrasse na terra. Os pastos do Senhor Chiquinho era o lugar preferido para as crianças brincar, no meio das flores, do mato, das corredeiras de água, das grotas com sumidouros. Quando pré-adolescente andava ali com meu amigo Professor Valério Lúcio e seu cachorro usufruindo daquele cenário lindo da natureza. Enfim, abrigou e abriga grandes pessoas que não citarei nomes, por receio de esquecer alguma. É um bairro cheio de charme, beleza e preservação da natureza.
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