SEGUIDORES

sábado, 11 de julho de 2020

HISTÓRIA E MEMÓRIA DE MARIA DE LOURDES MENDES-PARTE 02

BARBICA DO HOSPITAL



A 1ª a esquerda Barbica, de pé vestido escuro Joana cozinheira da Santa Casa e sua filha Zezé, a outra esqueci o nome. A menina de branco Maria Antônia minha prima, sentada de vestido de babado minha mãe Zica, a outra sentada minha tia Fiinha e a da direita com as crianças, Felicia cozinheira da Vila Vicentina.
Um gesto de desprendimento e amor.
Muitas pessoas devem ter conhecido ou ouvido falar na Barbica do Hospital ( Barbara Carolina de Melo ). Pessoa extraordinária, dotada de muita paz e amor no coração. Não sei de onde veio, só sei que ajudou muito para que hoje tivéssemos um Hospital tão bem estruturado. A Santa Casa de Misericordia de Abaeté tinha excelentes médicos, mas a parte física carecia de reformas, pois já não comportava todos os doentes que dela precisavam. Já se falava em construir um novo prédio que atendesse a demanda da época. A Barbica trabalhava na Santa Casa e ouvia sempre os comentários a respeito da construção de um novo Hospital que demandaria grandes recursos. Era completamente imbuída de grande amor por aquela casa e bastante desprendida. Foi criada por uma pessoa chamada Baba, pessoa de grandes recursos. Quando Baba faleceu deixou uma herança considerável para a Dindinha Barbica, como minha irmã e eu a chamávamos. Com o dom do silêncio que sempre teve, pois gostava mais de fazer, procurou o Frei Mário e se aconselhou com ele como poderia deixar aquela herança para tão grande causa, já que vivia ali e não necessitava de dinheiro para as suas despesas. Frei Mário procurou a diretoria da Sociedade São Vicente de Paulo e conciliou aquela doação. E a herança da Dindinha Barbica foi passada através da Sociedade São Vicente de Paulo para ser usada na construção do novo hospital. Chegou a morar muitos anos no novo hospital, tinha um quarto, onde hoje é a sala dos médicos, embaixo em frente a enfermaria dos homens. Todos os domingos minha irmã e eu iamos visitá-la, como ganhava muito chocolate, naquela época mais em pó, quando a gente chegava ela dizia: guardei tudo prá vocês. Esse anjo de bondade que só nos trouxe paz e alegria, faleceu em 1.976 e está enterrada no túmulo nº 363 do Cemitério local, túmulo esse da nossa família. O hospital denominou com seu nome a “Maternidade Barbica “ e a Câmara Municipal de Abaeté, reconhecendo os seus feitos, fez uma homenagem, dando nome de uma rua perto do DER, Rua Barbara Carolina de Melo. Tenho uma sobrinha com o nome Barbara Carolina, filha da minha irmã, também em sua homenagem.

Nenhum comentário: