1º lugar – Categoria Pequenos Textos
Um Conto de Origem
Duas tribos indígenas se localizavam a
poucos quilômetros de distância uma da outra, separadas por um rio. Eram
muito próximas na distância, porém seus caciques eram rivais e não
permitiam que as populações se comunicassem.
Os dois caciques tinham uma característica em comum: ambos eram ambiciosos e queriam governar só para si.
Em uma delas morava um jovem índio
chamado Aba, filho do cacique da aldeia. A principal virtude de Aba era a
coragem, não tinha medo de nada.
Em uma tarde, Aba estava à margem do rio pescando, quando viu, do outro lado, uma jovem linda, com cabelos negros como a noite.
Ela retribuía os olhares admirados do
rapaz com olhares admirados também, porém mais cautelosos. A troca de
olhares seguiu por mais alguns minutos sem se ouvir uma palavra.
A noite começou a chegar, e a jovem se
virou e foi para a sua aldeia. Aba queria gritá-la, mas não conseguia.
Estava hipnotizado por um sentimento diferente: amor.
Nas tardes seguintes, os olhares viraram
rotina. No terceiro encontro, Aba perguntou: “qual é seu nome?”. E a
índia respondeu: “Eté”. Os dois estavam cegos de amor, que se esqueceram
de que era um amor impossível de acontecer.
O dia estava nublado, Eté não apareceu naquela tarde e Aba esperou até a noite cair. Voltou abatido para a sua aldeia.
A verdade é que o cacique que era pai de Eté descobriu os encontros dos dois jovens e, como castigo, prendeu Eté em uma oca.
Já havia duas tardes que os dois
apaixonados não se viam. Então, Aba decidiu ir à aldeia procurar Eté.
Atravessou o rio nadando com agilidade e correu para a aldeia onde
morava sua amada.
Ao chegar, foi pego pelos guardas do
cacique e levado até ele. Diante do cacique, Aba disse: “Quero ver Eté”.
Mas o que o cacique fez foi dizer uma única palavra: “Morte”,
sentenciando a execução de Aba.
Aba foi levado e seria queimado no final
da tarde, no mesmo horário dos encontros. O sol ardente do meio-dia
deixou ainda mais tenebrosa a fogueira, pronta para queimar.
Aba foi amarrado no tronco da fogueira
e, sem dó, o cacique pegou uma tocha das mãos de um índio e atirou fogo
nos galhos secos que rodeavam Aba na fogueira.
O índio deu apenas um grito, expressando dor e amor forjados em uma palavra: “Etééééééééééé”. E a morte o levou.
Ao escutar o grito da oca onde estava
presa, Eté caiu aos prantos e mergulhou em uma profunda depressão. Seu
pai, o poderoso cacique, se arrependeu do ato e tentou de tudo para
animar sua filha Eté, mas nada teve efeito.
Em três dias, a jovem faleceu com um
sorriso no rosto. Os sábios da aldeia disseram que ela deve ter visto
seu amado Aba esperando por ela.
A tristeza tomou conta dois caciques
pais, e eles encontraram a mesma solução para resolver a saudade dos
filhos. Foi em um dia escuro e chuvoso, cada cacique em sua margem do
rio, olharam um no olho do outro e pularam com o olhar fixo até a
correnteza levá-los para o fim.
Os índios das duas aldeias entenderam os
últimos acontecimentos como um aviso dos deuses para o fim dos
conflitos e, agora que não tinham mais líderes para impedi-los, foram se
aproximando aos poucos, até as duas aldeias virarem uma. Selaram a
união das aldeias com o nome que a partir de agora mais representava
união para eles: Abaeté.
2º lugar – Categoria Pequenos Textos
A PRACINHA E EU
Ainda não eram duas horas da tarde
quando cheguei à Praça Amador Álvares, a famosa Praça da Prefeitura,
popularmente falando. O dia estava nublado, e o vento chegava com brisas
suaves, formando um clima bastante agradável, que perfeitamente se
misturava às magníficas gameleiras que até hoje perduram naquele local.
Domingo vazio no centro de Abaeté, onde
os sons de meu caminhar eram raramente obstruídos por algumas poucas
folhas que insistiam em se arrastar na calçada, sendo lentamente levadas
pelo vento.
Sem perceber, estava sentado em um
banquinho daquelas tradicionais mesinhas da praça, que parecem ter sido
feitas sob medida para os jogadores de baralho. E, com um piscar mais
fundo de olhos, comecei a imaginar tudo que havia ocorrido nos arredores
daquele lugar.
Subitamente, as imagens apareciam em
minha mente. Prefeitos entusiasmados eram empossados no clássico prédio
da Prefeitura Municipal. Olhei para a rua e, sem hesitar, imaginava o
patriótico desfile de Sete de Setembro, onde o som das marchas ecoava e
organizações mais tradicionais de Abaeté demonstravam sem amor ao
Brasil.
Havia também crianças correndo para
todos os lados, algumas com os lábios sujos e todas com um sorriso no
rosto. A princípio, tive dificuldade em reconhecer o que era aquilo, mas
quando vi o trenzinho da alegria e um brinquedo de touro mecânico,
disse comigo mesmo: Brincarte. As barraquinhas ilustravam a paisagem.
E, de repente, estava de noite. A
intensa movimentação me chamava a atenção. Algumas pessoas rodeavam a
praça, enquanto outras miravam as barracas, acompanhadas por uma música
que tocava ao fundo. Dessa vez, fui mais rápido: a feirinha de
terça-feira, que também acontece aos sábados de manhã.
Por fim, acabei me lembrando da própria mesa em que eu me encontrava. Há quanto tempo existem? Quantos emocionantes jogos de truco não teriam ali ocorrido? E a tradição de usá-las para o jogo, quando surgiu?
Perguntas que não consegui responder,
pois, quando abri os olhos novamente, meu raciocínio se perdeu. E eu
estava novamente sozinho, sem ter noção de quanto tempo estava sentado
àquela mesa.
Tinha sonhado, claro. Mas sonhado com a realidade de nossa cidade.
3º lugar – Categoria Pequenos Textos
MEU ORGULHO
Arthur Faria de Paula (Piqué) 6º ano – CNEC
Desde o início de Abaeté, vão se
formando verdadeiros abaeteenses. Abaeteenses não só de naturalidade,
mas sim de orgulho. Viver em uma cidade em que o pessoal é hospitaleiro,
acolhedor, e o melhor ainda é que todos se conhecem! Até o nome dá a
característica à cidade: homem verdadeiro, na língua tupi-guarani.
A honra de ser abaeteense é enorme,
porque comigo carrego a história de milhares de abaeteenses que
superaram todas as suas dificuldades e um dia venceram na vida. Um
exemplo disso é minha mãe, Raquel Faria. Ela sempre foi batalhadora,
forte, uma pessoa muito exemplar. Hoje ela luta para dar a mim e à minha
irmãzinha um futuro melhor.
Tenho de dar graças a Deus a tudo que
tenho hoje, a minha grande família, por ter um avô assim como o meu, as
minhas duas avós, meus tios e tias, padrinho e madrinha, primos e
primas, pai e mãe.
O meu pai Ricardo, para mim, é o melhor
tocador de viola que tem. Ele aqui em casa cuida da administração e está
sempre ativo para nos atender, ou seja, ele é meu herói.
Seu eu pudesse escolher nascer de novo,
eu queria ser Arthur Faria, ter uma mãe Raquel, um pai Ricardo e uma
irmãzinha Ana Alice.
Não falei de minha família à toa, falei
porque são exemplos de abaeteenses que venceram na vida, sem uma
condição financeira muito boa, eles conseguiram! Por isso, me espelho
neles e tenho o maior orgulho de ser comparado a eles!
Um dia, quero ouvir o meu filho ou minha
filha falar: “Tenho orgulho de meu pai ser abaeteense, tenho orgulho de
ser abaeteense!”
Isso foi só minha opinião do que a palavra “abaeteense” significa para mim.
Veja mais no site http://www.nossojornalabaete.com.br/o-resultado-1o-concurso-de-poesias-e-pequenos-textos-professor-modesto/
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