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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

PRIMEIRO CONCURSO LITERÁRIO "PROFESSOR MODESTO"- CATEGORIA PEQUENOS TEXTOS

1º lugar – Categoria Pequenos Textos

Um Conto de Origem
biancaBianca Emanuelle Soares Oliveira (Pseudônimo Bia Fontinni)    6º ano – E. E. “Frederico Zacarias”


Duas tribos indígenas se localizavam a poucos quilômetros de distância uma da outra, separadas por um rio. Eram muito próximas na distância, porém seus caciques eram rivais e não permitiam que as populações se comunicassem.

Os dois caciques tinham uma característica em comum: ambos eram ambiciosos e queriam governar só para si.

Em uma delas morava um jovem índio chamado Aba, filho do cacique da aldeia. A principal virtude de Aba era a coragem, não tinha medo de nada.

Em uma tarde, Aba estava à margem do rio pescando, quando viu, do outro lado, uma jovem linda, com cabelos negros como a noite.

Ela retribuía os olhares admirados do rapaz com olhares admirados também, porém mais cautelosos. A troca de olhares seguiu por mais alguns minutos sem se ouvir uma palavra.

A noite começou a chegar, e a jovem se virou e foi para a sua aldeia. Aba queria gritá-la, mas não conseguia. Estava hipnotizado por um sentimento diferente: amor.

Nas tardes seguintes, os olhares viraram rotina. No terceiro encontro, Aba perguntou: “qual é seu nome?”. E a índia respondeu: “Eté”. Os dois estavam cegos de amor, que se esqueceram de que era um amor impossível de acontecer. 

O dia estava nublado, Eté não apareceu naquela tarde e Aba esperou até a noite cair. Voltou abatido para a sua aldeia.

A verdade é que o cacique que era pai de Eté descobriu os encontros dos dois jovens e, como castigo, prendeu Eté em uma oca.

Já havia duas tardes que os dois apaixonados não se viam. Então, Aba decidiu ir à aldeia procurar Eté. Atravessou o rio nadando com agilidade e correu para a aldeia onde morava sua amada.

Ao chegar, foi pego pelos guardas do cacique e levado até ele. Diante do cacique, Aba disse: “Quero ver Eté”. Mas o que o cacique fez foi dizer uma única palavra: “Morte”, sentenciando a execução de Aba.

Aba foi levado e seria queimado no final da tarde, no mesmo horário dos encontros. O sol ardente do meio-dia deixou ainda mais tenebrosa a fogueira, pronta para queimar.

Aba foi amarrado no tronco da fogueira e, sem dó, o cacique pegou uma tocha das mãos de um índio e atirou fogo nos galhos secos que rodeavam Aba na fogueira.

O índio deu apenas um grito, expressando dor e amor forjados em uma palavra: “Etééééééééééé”. E a morte o levou.

Ao escutar o grito da oca onde estava presa, Eté caiu aos prantos e mergulhou em uma profunda depressão. Seu pai, o poderoso cacique, se arrependeu do ato e tentou de tudo para animar sua filha Eté, mas nada teve efeito.

Em três dias, a jovem faleceu com um sorriso no rosto. Os sábios da aldeia disseram que ela deve ter visto seu amado Aba esperando por ela.

A tristeza tomou conta dois caciques pais, e eles encontraram a mesma solução para resolver a saudade dos filhos. Foi em um dia escuro e chuvoso, cada cacique em sua margem do rio, olharam um no olho do outro e pularam com o olhar fixo até a correnteza levá-los para o fim.

Os índios das duas aldeias entenderam os últimos acontecimentos como um aviso dos deuses para o fim dos conflitos e, agora que não tinham mais líderes para impedi-los, foram se aproximando aos poucos, até as duas aldeias virarem uma. Selaram a união das aldeias com o nome que a partir de agora mais representava união para eles: Abaeté.


2º lugar – Categoria Pequenos Textos
A PRACINHA E EU
vitor_moratoVítor Morato de Oliveira Andrade (Beto Lábia)   1º ano – CNEC


Ainda não eram duas horas da tarde quando cheguei à Praça Amador Álvares, a famosa Praça da Prefeitura, popularmente falando. O dia estava nublado, e o vento chegava com brisas suaves, formando um clima bastante agradável, que perfeitamente se misturava às magníficas gameleiras que até hoje perduram naquele local.

Domingo vazio no centro de Abaeté, onde os sons de meu caminhar eram raramente obstruídos por algumas poucas folhas que insistiam em se arrastar na calçada, sendo lentamente levadas pelo vento.
Sem perceber, estava sentado em um banquinho daquelas tradicionais mesinhas da praça, que parecem ter sido feitas sob medida para os jogadores de baralho. E, com um piscar mais fundo de olhos, comecei a imaginar tudo que havia ocorrido nos arredores daquele lugar.

Subitamente, as imagens apareciam em minha mente. Prefeitos entusiasmados eram empossados no clássico prédio da Prefeitura Municipal. Olhei para a rua e, sem hesitar, imaginava o patriótico desfile de Sete de Setembro, onde o som das marchas ecoava e organizações mais tradicionais de Abaeté demonstravam sem amor ao Brasil.

Havia também crianças correndo para todos os lados, algumas com os lábios sujos e todas com um sorriso no rosto. A princípio, tive dificuldade em reconhecer o que era aquilo, mas quando vi o trenzinho da alegria e um brinquedo de touro mecânico, disse comigo mesmo: Brincarte. As barraquinhas ilustravam a paisagem.

E, de repente, estava de noite. A intensa movimentação me chamava a atenção. Algumas pessoas rodeavam a praça, enquanto outras miravam as barracas, acompanhadas por uma música que tocava ao fundo. Dessa vez, fui mais rápido: a feirinha de terça-feira, que também acontece aos sábados de manhã.

Por fim, acabei me lembrando da própria mesa em que eu me encontrava. Há quanto tempo existem? Quantos emocionantes jogos de truco não teriam ali ocorrido? E a tradição de usá-las para o jogo, quando surgiu?

Perguntas que não consegui responder, pois, quando abri os olhos novamente, meu raciocínio se perdeu. E eu estava novamente sozinho, sem ter noção de quanto tempo estava sentado àquela mesa.

Tinha sonhado, claro. Mas sonhado com a realidade de nossa cidade.


3º lugar – Categoria Pequenos Textos
MEU ORGULHO
arthur_fariaArthur Faria de Paula (Piqué)   6º ano – CNEC

Desde o início de Abaeté, vão se formando verdadeiros abaeteenses. Abaeteenses não só de naturalidade, mas sim de orgulho. Viver em uma cidade em que o pessoal é hospitaleiro, acolhedor, e o melhor ainda é que todos se conhecem! Até o nome dá a característica à cidade: homem verdadeiro, na língua tupi-guarani.

A honra de ser abaeteense é enorme, porque comigo carrego a história de milhares de abaeteenses que superaram todas as suas dificuldades e um dia venceram na vida. Um exemplo disso é minha mãe, Raquel Faria. Ela sempre foi batalhadora, forte, uma pessoa muito exemplar. Hoje ela luta para dar a mim e à minha irmãzinha um futuro melhor.

Tenho de dar graças a Deus a tudo que tenho hoje, a minha grande família, por ter um avô assim como o meu, as minhas duas avós, meus tios e tias, padrinho e madrinha, primos e primas, pai e mãe.

O meu pai Ricardo, para mim, é o melhor tocador de viola que tem. Ele aqui em casa cuida da administração e está sempre ativo para nos atender, ou seja, ele é meu herói.
Seu eu pudesse escolher nascer de novo, eu queria ser Arthur Faria, ter uma mãe Raquel, um pai Ricardo e uma irmãzinha Ana Alice.

Não falei de minha família à toa, falei porque são exemplos de abaeteenses que venceram na vida, sem uma condição financeira muito boa, eles conseguiram! Por isso, me espelho neles e tenho o maior orgulho de ser comparado a eles!

Um dia, quero ouvir o meu filho ou minha filha falar: “Tenho orgulho de meu pai ser abaeteense, tenho orgulho de ser abaeteense!”

Isso foi só minha opinião do que a palavra “abaeteense” significa para mim.

Veja mais no site  http://www.nossojornalabaete.com.br/o-resultado-1o-concurso-de-poesias-e-pequenos-textos-professor-modesto/

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