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sábado, 14 de julho de 2012

TIRADENTES- CRÔNICAS DA VIDA COLONIAL BRASILEIRA


A obra de Rubens Fiúza na apreciação do professor Leonídio Ferreira de Oliveira, nome importante da educação abaeteense.



TIRADENTES que serve melhor à ciência de Heródoto. Com profundidade, analisa Tomás Antônio Gonzaga, o jurista poeta.

E Tiradentes? Louco? Iluminado? Santo? Irrefletido? Resposta: muito de cada coisa. O “herói humano” (expressão de Aires da Mata Machado Filho) era feio, falastrão, beberrão, mulherengo, mas “o Xaviel era bão demais” (expressão da amásia Eugênia).

Pelo tema, pela resenha bibliográfica, presta-se sobremaneira ao estudioso da História. Repete também? Repete, mas avançando – avanço fruto do avanço da consciência. O literato assume o historiador, tomando por eixo a região tão rica que, graças ao contrabando, fez a riqueza dos países mais ricos no período (ou ciclo) da mineração.

E pensar que o minúsculo Indaiá e, ainda mais minúsculo, o Abaeté foram o abastecedouro da revolução industrial inglesa!

Quem foi quem na Inconfidência Mineira? Cláudio Manuel da Costa, o melhor poeta do grupo, era advogado de Barbacena, o encarregado de deflagrar a derrama. Cláudio “sabe demais”, expressão que justifica a “queima de arquivo.” Barbacena teme que Cláudio “revele”. Não o põe na cadeia, mas num esconderijo. Foi periciada a cela. Não se enforcou, foi enforcado. Mais figurões deviam sofrer a “Devassa”. Entre eles, Vieira Couto, amante outrora de Dona Maria, a rainha louca, e, provavelmente, o pai de D. João VI. 


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Ah! Histórias com sabor de estórias! Elas não fecham, descortinam horizontes. Daí, surgem as Minas do composto “Minas Gerais”: o “país das Minas” (dos mineiros) e o “país das Gerais” (dos geraleiros).  Este somos nós da MISF; aquele, Minas das montanhas, do ferro e do ouro, toma as rédeas da História. Literatura, música, arquitetura, escultura e pintura suas superam as de Portugal e Europa. O seu barroco é o melhor do mundo. Os “geraleiros” fomos (e somos) a escória social. O atrasadismo nos caracteriza. Não há estátua para o nosso heroísmo nanico. Consolemo-nos – aqui surgiu o Burrinho Pedrês e disto aqui se abasteceu Guimarães Rosa.
Ai! São histórias que desconcertam a orquestra da História.

Leonídio Ferreira Oliveira                             Maio/2012

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